Brilhante e irresponsável, Paulo Francis publicou mais de 8.000 textos na Folha

]

São Paulo

Em junho de 1975, Paulo Francis noticiava na Folha a estreia de Pelé em Nova York, no time do Cosmos, “uma dependência do conglomerado Warner”.

Foi “primeira página do New York Times, que chegou a saudar Pelé em editorial”. Ocupou “os três noticiários nacionais, da CBS, NBC e ABC”. O jogo “lotou o estádio, televisado para 20 países”.

Paulo Francis, fotografado por Bob Wolfenson para o livro de fotos ‘Jardim da Luz’, de 1996 - Divulgação

Mas era “sem nenhuma importância esportiva”, só mesmo para a “implantação da marca Pelé nos EUA”, parte de uma campanha da “Pepsi-Cola, que teve a ideia de usar o jogador promovendo seus refrigerantes em escala mundial”.

Foi uma das suas primeiras colaborações. Antes do fim daquele ano, Francis seria contratado em definitivo por Cláudio Abramo, que havia retornado à chefia do jornal para uma reforma que refletisse a mudança política no país.

Era o início da abertura, a oposição tinha acabado de vencer uma eleição. “Começamos a levar gente boa, como o Paulo Francis”, escreveu Abramo em “A Regra do Jogo” (Companhia das Letras, 1989).

O correspondente ficou 15 anos na Folha e se tornou a sua face pública, com um jornalismo iconoclasta, brilhante e irresponsável. Publicou mais de 8.000 textos, em quase todos os cadernos. Pelas suas contas, a certa altura, produzia nove por semana.

Escrevia dos Estados Unidos e ficou marcado pelas colunas na Ilustrada, sob o título genérico de Diário da Corte. Na descrição dele mesmo, “se dei uma contribuição ao jornalismo brasileiro, foi a de desmistificar os EUA”.

Carioca, chegou ao jornal já com extensa carreira em redação. Mas começou, na verdade, no palco. Foi ator, chegando a ser indicado como revelação, e diretor, tendo encenado “Pedro Mico”, de Antônio Callado, com cenário de Oscar Niemeyer.

Seu nome era Franz Paulo Trannin da Matta Heilborn. Paschoal Carlos Magno, diplomata e teatrólogo, ao aceitá-lo numa turnê de sua companhia, trocou para Paulo Francis. “Nome de bailarino de teatro de revista”, lamentava Francis.

Passou do palco para o Diário Carioca, com uma extensa coluna quase diária sobre teatro. Elogiava Cacilda Becker e sobretudo Fernanda Montenegro, mas o episódio que o marcou foi um texto ofensivo à atriz Tônia Carrero, com insinuação de promiscuidade.

Em episódio célebre, o ator Paulo Autran e o diretor italiano Adolfo Celi, então marido de Tônia, foram tirar satisfação. O primeiro deu uma cusparada, o segundo o agrediu com socos.

Então à esquerda e nacionalista, Francis passou a abordar política cada vez mais e acabou sendo chamado para o trabalhista Última Hora. Por dois anos, até o golpe de 1964, publicou a coluna diária “Paulo Francis informa e comenta” no canto direito da página 3, de alto a baixo.

Depois foi editor de cultura do Correio da Manhã, então o principal do país, e escreveu no semanário O Pasquim ao lado dos amigos Millôr Fernandes e Henfil. Preso quatro vezes pela ditadura, mudou-se para Nova York.

Já tinha vivido lá com o pai, executivo da petroleira Esso, mas na época só pensava em teatro. Na Folha, de início, sua área de preferência foi política internacional, mas logo estava por todo lado, da cultura à economia, inclusive atrás de furos.

O que mais marcou, pelo menos nos primeiros anos, foi um relatório do Banco Mundial que ele obteve no final dos anos 1970, noticiou e enviou para o jornal, resultando num caderno especial que mobilizou, entre outros, o jovem economista Eduardo Suplicy.

Foi então que veio a público, a partir de uma nota de rodapé no relatório, que a instituição havia adotado 22,5% como inflação para 1973 “em vez do dado oficial de 12,6%”, manipulado pela ditadura para conter o reajuste de salários e preços.

Passado um mês, Lula, então no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, abriu campanha com base no relatório. Mais alguns meses e, ao receber o contracheque sem a reposição, os trabalhadores da Scania desligaram as máquinas, disparando o movimento histórico.

“Aos 50 anos, politicamente, continuo, de coração, na esquerda”, escreveu Francis nas breves memórias que publicou em 1980. Mas já estava de mudança para a direita, afirmando no jornal, por exemplo, sua “suspeita crescente de qualquer Estado”.

A virada ganhou forma mais definida em 1985, num texto sobre o economista Roberto Campos, que tinha sido seu alvo por dez anos —como quase sempre, com insinuações de promiscuidade. Afirmou então que ele “melhora horrores, em pessoa”:

“Escrevi coisas brutais sobre Campos. São erradas. Retiro-as. Cheguei à conclusão de que o capitalismo num país rico é opcional. Num país pobre, a suposta saída que se propõe no Brasil, de o Estado assumir e administrar, leva à perpetuação do atraso.”

Partiu daí para ataques preconceituosos à prefeita Luiza Erundina e depois apoio aberto à eleição de Fernando Collor. Descreveu-o como “alto, bonito e branco, branco ocidental. É outra imagem do Brasil, com que fui criado, francamente”.

Dois meses após assumir, em 1990, Collor ordenou a invasão do jornal pela Polícia Federal. Francis de início criticou, mas logo voltou aos elogios ao presidente —e a provocações racistas, por exemplo, sobre um garçom “crioulo” que o teria levado a pensar em “chibata”.

Deixou a Folha no final daquele ano, passando a escrever nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, até sua morte, em 1997.



Leia trechos de colunas de Paulo Francis

A função da imprensa é ajudar os poderes da Terra a dirigirem o povo. Em países ditos socialistas, canta as glórias do socialismo. Em países ditos democráticos, as glórias do sistema […] desde que o sistema (o capitalismo) não seja contestado na base, na raiz. Os proprietários sabem que podem desafiar o sistema só até certo ponto, caso contrário seriam massacrados economicamente. Essas são as condições de trabalho. No que me toca, sempre procurei trabalhar onde me dessem liberdade

Vejo que o pivete José Guilherme Merquior está avançando corajosamente de cara contra meu punho, se aproveitando da oportunidade de comentar o livro de outro vagabundo, Pucci ou Gucci [o professor Davi Arrigucci Jr., da Unicamp], para me xingar. É justo. Afinal, […] citei Merquior como o pior caráter da geração literária que agora completa 40 anos. Se vendeu a primeira vez por um chá. […] Confesso que sem ter sequer lido o que o pivete escreveu pensei em dedicar-lhe um artigo, contando o seu comportamento canalha na editora Civilização Brasileira, quando, nos idos de 1964, tendo um livro em provas […], não ousava entrar na editora para examiná-las ou sequer recolhê-las, até que recebeu um ultimato da chefe de produção e veio, gordinho, rechonchudinho, rosado, a autêntica “menina” que esperamos encontrar no Itamaraty (e que é a exceção), o mau-caráter ferindo as narinas dos funcionários da editora que riam do pulha nos corredores

Almocei com Carlos Castello Branco. […] Nossa conversa, como a de todos os jornalistas que se prezam, é impublicável. Notícia é o que não sai no jornal

Nova linha da Montblanc se inspira no planeta Terra

]

Montblanc StarWalker Blue Planet (Foto: Divulgação)

A linha Montblanc StarWalker de canetas-tinteiro, esferográficas e fineliners inspiradas na exploração espacial ganha reforço essa semana. Trata-se do modelo Blue Planet, cujas cores e formas pegam emprestados elementos do planeta Terra - de sua silhueta às cores do oceano.

Cada parte do modelo tem sua referência: a resina azul lembra a superfície da Terra, enquanto a cúpula translúcida abaixo do emblema evoca o planeta elevando-se acima do horizonte lunar, como se fosse vista do espaço. Já a tampa polida revestida de platina representa o astronauta, enquanto a tampa do clipe em ângulo e a cúpula lembram o formato de um foguete espacial.

Montblanc StarWalker Blue Planet (Foto: Divulgação)

A linha StarWalker inclui uma edição toda em resina preciosa azul com acessórios revestidos de platina, uma edição Doué com corpo de resina preciosa azul e tampa de metal revestido de platina, e uma edição Metal com corpo de laca azul translúcida sobre um guilhoché padrão de molécula de água com tampa revestida de platina. Cada edição está disponível como caneta-tinteiro, caneta fineliner e esferográfica.

Montblanc StarWalker Blue Planet (Foto: Divulgação)

Além disso, os instrumentos acompanham uma linha de artigos de papelaria e acessórios, incluindo um caderno com uma vista da Terra a partir do espaço impressa digitalmente em capa de couro bovino italiano e tinta azul inspirada nos oceanos. Abotoaduras, pulseira, grampo para dinheiro e prendedor de gravata em aço e laca azul completam a coleção.

A coleção já está nas boutiques e revendedores de todo o Brasil.

MC Kevin diz estar pronto pra revoada, evoca boné da Gucci e provoca debate na web

]

– Continuar depois da publicidade –

No começo da tarde desta quinta-feira, 3, o Mc Kevin publicou em seu Instagram uma foto ao lado de uma mulher totalmente nua com a seguinte legenda “ Tudo tranquilo TT ótimo dia a todos voltei pra revoada tô solteiro sai da frente só falta o boné da Gucci agora pro kit ficar como eeeeh outra o pai e o rei certo @mcryansp vc sabe tá bjs xau “, disse o cantor que ainda aparece fumando na imagem.

Errata: na publicação original informamos que a ex do funkeiro Mc Kevin seria a “médica Larissa Lima”, mas deveria ser a “advogada criminalista Deolane Bezerra” (informação corrigida às 16:30). Pedimos desculpas pelo equívoco.

– Continuar depois da publicidade –

Para quem não sabe, o cantor terminou recentemente seu relacionamento com a advogada criminalistas Deolane Bezerra e tem dado o que falar desde então. O funkeiro é famoso por sempre divulgar fotos sensuais em suas redes sociais, por isso seu nome fica entre os assuntos mais comentados entre os internautas diariamente.

Leia também: Glória Pires, Angélica e Reinaldo Gianecchini: famosos assumem os cabelos brancos e recebem apoio da web

A publicação de Mc Kevin, ao lado da mulher que teve o seu rosto censurado, contou com vários comentários dos internautas. Até o momento, a foto tem quase 400 mil curtidas e 19 mil comentários, dentre eles o cantor de rap Matuê, os funkeiros Mc Kapela e Mc Léo da Baixada e várias outras subcelebridades.

Veja essa também: Caso Gusttavo Lima: ‘investigador’ revela sinais de suposta traição no casamento de Andressa Suita

Foto causa revolta em alguns internautas

Nas redes sociais, os internautas já estão à todo vapor fazendo comentários e publicações sobre a foto postada pelo Mc. “Terminou e já postou foto com mulher pelada para mostrar que está bem”, diz internauta, “Eu definitivamente não queria ver um pit na minha time-line do Instagram as 13:00 da tarde”, comentou outra internauta, “ Terminou e foi logo postar logo foto com mulher pelada. Se os homens soubessem o quanto essas atitudes após o termino machucam, além de ser ridcul, pensariam 2 vezes antes de postar os “trem” só para mostrar que está bem” disse outro internauta.

– Continuar depois da publicidade –

O nome do funkeiro está entre os assuntos mais falados do Twitter, e a maioria dos comentários são de ofensas e críticas por causa da foto postada em seu Instagram. Mc Kevin ainda não se pronunciou sobre a polêmica que a imagem gerou.

Você deve gostar: Luísa Sonza, ex de Whindersson Nunes, lança nova música com o cantor Xamã e fãs respondem “Meu casal”

Você pode gostar: Mel Maia exibe marquinha de sol e tatuagem em lugares inusitados em seu Instagram

No entanto, minutos após publicar a foto, o cantor postou um vídeo com legenda irônica sobre a polêmica: “Enquanto meu insta bomba eu lanço hit vai mais uma aí de fim do ano”, disse ele em seu Instagram. No vídeo, ele aparece dirigindo seu carro, fumando e escutando uma de suas músicas. O vídeo já tem mais de 200 mil visualizações e quase 900 comentários.

Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Kevin Nascimento (@mckevin)

Não perca essa: Famosos prestam apoio à Fátima Bernardes, após apresentadora anunciar que está com câncer

Subscribe to Notifications Opt-out from Notifications Looks like you have blocked notifications!